O corpo da poesia

Anunciação

Um anjo bom soprou no meu ouvido:
– Te trago a paz em forma de um sorriso.
Nessa fonte me batizo e purifico.

Se anuncia o novo dia: broto, gérmen, espiga.
Um sol me emprenha e vou parindo flores,
úmido arco-íris se decompondo em cores.

Era de lei e como lei estava escrito:
a mesa posta, dois pratos, dois lugares.
Nos sentarmos lado a lado, eis o destino

que posto está. Vamos beber do vinho
e dividir o pão. Neste texto a se escrever
não cabe o não.

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