Era uma vez, quase noite…

(para papai, in memoriam)

Ontem meu pai chegou
em inesperada visita.
Eu tomava café.
Ofereci a ele uma xícara.
Fumou um cigarro na janela.
Falou de umas tantas andorinhas
que trançavam o fim do dia…
Contei-lhe dos bisnetos que não conheceu.
A cada graça das crianças, ele sorria…

Na hora de ir embora,
sua mão de vazios pega a minha,
e a voz de neblina convida: − Vem comigo?

Eu quase que ia…

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