O corpo da poesia

Toada para um amigo

Pela vida, o cantador
toca a boiada dos sonhos,
deixando pra trás, tristonho,
pastos de mágoa e de dor.

Geme, em dó, o carro de boi.
E o peito do sonhador
chora o pó do que se foi,
pisa o pé sobre o desfeito.

Por cima, a lua madrinha;
por baixo, o fim e o começo.
Não se importa com tropeços
quem faz da vida um caminho.

Pela frente a caminhada…
Passa boi, passa boiada…
Amigo, toca a alegria
de ter sempre o pé na estrada
e na boca a cantoria.

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