– Mamãe, posso ir?
Meu filho já não me conhece, a mãe.
Crescem pernas e pelos.
Não conheço esse corpo, esse homem
que vai, bate a porta
e me deixa morta.
Só de ponta do pé
eu alcanço o seu beijo.
Meu limite é seu queixo.
Não sou mais a mulher,
o seu leite.
Hoje acordei e não vi o meu pirralho.
Procurei feito tonta:
estará perdido? ferido? terá brigado o moleque?
Esse tempo é safado. Levou meu menino
e nem me prestou contas.